terça-feira, 9 de junho de 2009

Moda anos 50-70

Nos anos 50 a 70, a moda desse tempo era inteiramente diferente da moda que existe agora. As jovens usavam roupas coloridas, estampadas, com xadrez, com bolinhas e as riscas. O género de roupa das mulheres era saias com pregas, saias travadas, vestidos com alças, aos favos e com godés.
Nos anos 60/70, existiu uma moda que se chamava “máxi”. Consistia em usar saias ou vestidos compridos a chegar ao tornozelo.
Em relação aos homens, estes usavam calças à boca de sino, em tecido ou de ganga. Também usavam camisas com gola à padre, gravata e fatos completos.
Em relação ao calçado, as mulheres usavam sandálias, socas altas e alpragatas com a sola em corda (feitas à mão). Os homens usavam também sapatos com sola grossa e botas.

























Casamento dos meus pais, 1974 .

























A minha mãe, no concurso Chita, 1973 .
























Concurso de Vestidos de Chita, 1973 .

























A minha mãe, com um fato de banho dos anos 60/65 .



Manuel Anacleto

A vida em Castelo Branco nos anos 50

A minha avó Maria de Fátima nasceu em 1937. A sua adolescência foi vivida entre os anos de 1951 e 1961, ano em que casou.
Ouço-a constantemente repetir “no meu tempo não era assim…”. Um dia, perguntei-lhe o que queria dizer com aquilo e ela explicou que lá em casa eram 9 irmãos e que os pais eram pobres.
Os pais tinham muita dificuldade em alimentar tantos filhos, apesar dos mais velhos já trabalharem. Ela, como era das mais novas, tinha que se sujeitar não só à autoridade dos pais, mas também dos irmãos mais velhos, que tinha que respeitar.
Com 9 anos, era ela que, nos domingos, ia fazer as compras à Praça e só podia comprar meio bife (125 gramas), para dividirem por 4.
O pequeno-almoço era sempre sopas de pão com café e pouco leite e, quando a refeição acabava, arrumavam a cozinha. Em vez de uma jarra com flores, punham, no centro da mesa, o resto do pão com uma faca ao lado, sinal de que, naquela casa, ao contrário de muitas outras, podiam sempre comer uma fatia de pão e não passavam fome. Não exigia mais do que aquilo que lhe davam e existia grande espírito de partilha.
Por ser a mais nova da família, andou na escola até fazer a 4ª classe, o que já era uma vitória, pois normalmente as raparigas ou não iam à escola ou paravam quando fizessem a 3ª classe, como tinha acontecido com as suas irmãs.
Depois da escola, foi aprender a bordar, mas, como tinha que pagar para aprender, só lá andou uns meses. Começou a trabalhar ainda não tinha 13 anos, numa alfaiataria. Alinhavava, passava a ferro e entregava os fatos já prontos na casa dos clientes. Com 14 anos, teve a oportunidade de ir trabalhar para um cabeleireiro, até casar.
Nos seus tempos livres, arrumava a casa à mãe, limpava e, quando um electricista amigo da família instalou electricidade lá em casa, começou a ouvir telefonia.
Pertenceu ainda a uma Associação que se chamava Juventude Católica. Reuniam-se várias raparigas ao fim de semana e organizavam teatros, bailes e reuniões onde falavam das suas vidas.
Esta associação também existia para os rapazes, mas rapazes e raparigas nunca se encontravam e tudo o que faziam era separadamente. Outra actividade obrigatória todos os domingos era ir à missa.
Os seus passeios eram ao Parque da Cidade e às vezes iam até ao Miradouro, no Castelo.
Quando começou a namorar, ia aos bailes organizados no Centro Artístico Albicastrense, mas sempre acompanhada da sua mãe. De vez em quando, também se juntavam num café, para assistir a alguns programas de televisão que ainda tinha aparecido há pouco tempo.
Depois de ter contado esta história compreendi a frase tantas vezes repetida pela minha avó: “No meu tempo não era assim…”.



















A minha avó, com 13 anos.
Margarida Carvalho